sexta-feira, 7 de outubro de 2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

quinta-feira, 28 de julho de 2011

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Uma análise a juventude de hoje!




A juventude, nas igrejas evangélicas, sempre foi vista como sinônimo de dinamismo e disposição para a obra de Deus. Há coisa de uns 20 ou 30 anos, moços e moças crentes, empolgados com a fé, desejavam mudar o mundo pelo Evangelho – a começar pela própria casa, escola e amigos. Não eram poucos os que apresentavam-se como candidatos a missionários. Novos tempos, novas prioridades. Hoje, a moçada crente – que continua sendo maioria na membresia das igrejas – está mais preocupada com outras coisas. A satisfação das próprias necessidades e desejos, o consumo, a preocupação em estabelecer logo uma carreira e conquistar a independência financeira é o que tem movido os jovens de hoje.
A análise é do pastor Marcelo Gualberto da Silva, 48 anos, diretor nacional da Mocidade para Cristo (MPC), uma entidade paraeclesiástica que se tornou referência para a juventude evangélica brasileira. Pode-se dizer que Marcelo e a MPC confundem-se um com o outro, já que o pastor está ligado à entidade desde que tinha 16 anos de idade. Casado, três filhas jovens, o pastor é formado em teologia e letras e pós-graduado em recursos humanos e exerce ainda o pastorado da Congregação Presbiteriana Central de Belo Horizonte (MG), cidade onde fica a sede da MPC.
É da capital mineira que a entidade, reconhecida como de utilidade pública federal, coordena e executa uma série de atividades, como o programa Estudantes em Ação, de evangelismo em escolas; o Projeto Amar, voltado para crianças e adolescentes carentes; e o Desperta Débora, movimento de mães intercessoras, uma rede de mulheres que oram sistematicamente por seus filhos e pela juventude brasileira. Há ainda trabalhos de orientação profissional, prevenção de gravidez precoce, acampamentos temáticos etc.
Uma das figuras mais conhecidas entre os evangélicos brasileiros – ele roda o país inteiro participando de congressos, dando palestras e organizando eventos –, Marcelo não tem dúvidas: a Igreja mudou para pior, e levou o jovem evangélico de roldão no mesmo processo.
“Esta é uma geração que perdeu a sua identidade. O compromisso com Deus e o senso de missão perderam-se pelo caminho”, aponta. O hedonismo, na opinião do pastor, entrou para valer na Igreja. “A ênfase está no prazer, no sentir-se bem, no ser abençoado.” Estas e outras críticas à situação da mocidade evangélica estão nesta entrevista:

Uma pesquisa divulgada mês passado aponta que, nos últimos 10 anos, o número de mortes violentas de pessoas entre 15 e 24 anos subiu 95%. Cerca de 60% das mortes nesta faixa de idade são causadas por asssassinato. Ser jovem, no Brasil, é estar num grupo de risco?
Acredito que sim. Esses números falam por si. Vivemos num mundo jovem, onde 65% da população mundial têm menos de 25 anos. Só que milhões vivem na pobreza, na miséria absoluta. Isso acarreta necessidades que, por sua vez, geram violência. E a violência chama mais violência e, conseqüentemente, riscos de morte. Também não podemos deixar de observar o fator escatológico nesse processo. O próprio Jesus disse que no fim dos tempos, filhos se levantariam contra pais, e vice-versa. É o que temos visto – a violência contra os da própria casa também é um sinal da volta do Senhor.

Qual sua análise sobre a juventude de hoje?
A juventude, principalmente a de classe média, é uma juventude sem grandes sonhos. Falta visão e discernimento do momento presente. É uma geração consumista e hedonista. O jovem hoje quer conseguir aos 20 anos o que seus pais só conseguiram aos 45 ou 50 anos. É a mentalidade “capetalista” do ter e do prazer a qualquer preço, aqui e agora.

Na sua opinião, quais deveriam ser as políticas públicas emergenciais a serem adotadas em favor da juventude?
A primeira tem a ver com a educação. É revoltante pensar que educação, no Brasil, gera lucro, assim como a saúde. Isso quando ambas, educação e saúde, deveriam ser prioridades máximas em todos os níveis de governo, do municipal ao federal. Ninguém poderia se enriquecer como empresário no ramo da educação. Bem, em segundo lugar o governo precisaria, a curto prazo, tirar das ruas os meninos e meninas que fazem dos viadutos e pontes as suas casas. Outro dia vi um coronel, comandante do corpo de bombeiros em São Paulo, que “adotou” cerca de 12 adolescentes. Eles recebem alimentação, roupa, ensino e instrução profissionalizante dentro do quartel. Estão felizes, amparados, protegidos e desafiados a se tornarem futuros bombeiros. Pense em quantos quartéis com espaço ocioso temos no Brasil e como seria fácil e barato investir em adolescentes carentes. O que falta é vontade política do governo.

Juventude, na Igreja Evangélica, sempre foi vista sob o prisma do dinamismo, inclusive na obra de Deus. Houve época, por volta dos anos 70, em que o furor missionário da moçada estava no auge. Hoje, quais são as perspectivas do jovem crente?É fato que, embora a Igreja tenha crescido numericamente, em termos qualificativos nós perdemos muito. Esta é uma geração que perdeu a sua identidade. O que somos? Na década de 60, éramos protestantes. Nos anos 70, éramos crentes. Nos anos 80, éramos evangélicos. De 90 pra cá, somos gospel. O que é ser “gospel”? Com relação a juventude evangélica, na década de 70, realmente, havia muito mais compromisso, visão e senso de missão encarnado.

E por que isso mudou?Porque naquela época, ao contrário de hoje, a ênfase não era no prazer, e sim no senhorio de Cristo. Só que a ênfase passou do cristocentrismo para o egocentrismo, ou seja, as reuniões, os cultos são feitos em função do homem. O objetivo é sentir-se bem, que é quase um sinônimo de ser abençoado. Esta é uma tendência quase que geral da Igreja Evangélica como um todo que precisa ser mudada. As perspectivas do jovem crente hoje estão voltadas para ele mesmo. É claro que há exceções, e não são poucas. Mas no geral, a Igreja Evangélica hoje é conformista e voltada para o próprio umbigo.

Mesmo assim, a Igreja Evangélica cresce como nunca...Mas então como explicar o crescimento da Igreja e a sua inoperância como sal e luz? Ou, dizendo em outras palvras: por que a Igreja cresce e o Brasil não melhora? Vivemos um evangelho raso onde Jesus é um Senhor fácil de ser seguido e também fácil de ser deixado. Basta o pastor pregar uma mensagem um pouco mais dura ou pesada que muitos reclamam à moda antiga: “Duro é esse discurso; quem o pode suportar?” Por causa disso nasceu a “igreja flutuante”, que navega à procura da bênção, pulando de galho em galho. É um fenômeno que observo entre a mocidade. Virou moda mudar de denominação. Quantos jovens já estão na quinta ou na sexta igreja?

A vocação missionária tem crescido entre os jovens?Muito pouco. É aquilo que já dissemos – o evangelho pregado hoje é mais voltado para o bem-estar de pessoas do que para a transformação do mundo. Mas graças a Deus por alguns que, com coragem, têm encarado o desafio da evangelização local e transcultural.

Um novo perfil social, o do “adolescente adulto” – gente que, mesmo com mais de 30 anos, apresenta um comportamento imaturo –, é cada vem mais comum hoje. Entre os crentes, o fenômeno se repete?Outro dia estava pregando num congresso para adolescentes e me assustou o fato de ver ali dezenas de adolescentes de 22, 24, 25 anos. A questão é a seguinte: dá status ser adolescente. Há 20 ou 30 anos, ao contrário, era vergonhoso ser adolescente. Foi daí que surgiu aquele termo pejorativo – “aborrecente”. Hoje, não. O mundo dá um valor enorme a essa grande força de consumo representada pelo público adolescente. Todo mundo quer, de alguma maneira, ser ou continuar sendo adolescente. Isso afeta a muitos evangélicos também, inclusive pessoas de até 40 ou 50 anos. Para serem aceitos, muitos adotam um estilo adolescente de viver a vida.

Existe conflito de gerações na família evangélica?Conflito de gerações acontece em quase todas as famílias, sejam elas cristãs ou não. É uma questão de mentalidade. Nós, os pais, precisamos pensar com a cabeça dos filhos, ou seja, tentar sentir suas dores, angústias e sofrimentos. Nós, os mais velhos, não podemos desprezar a nossa própria juventude. Quando trazemos à memória os anos dourados da adolescência, conseguimos criar uma ponte capaz de nos unir à geração dos nossos filhos.

O senhor acha válido promover eventos, como festivais gospel, para atrair jovens à igreja?Olha, eu faço minhas as palavras do apóstolo Paulo em I Coríntios 9.22: “Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns”. Eu entendo que todo método, desde que não caia em contradição com a Palavra de Deus, é válido e deve ser usado no ministério juvenil.

O sexo continua sendo a grande dificuldade espiritual para o jovem crente?Pelo que tenho visto ao longo de todo este tempo de trabalho entre a juventude, sim. Esta é a área mais difícil na vida de um jovem cristão. Manter-se virgem até o casamento é motivo de piada na escola. Às vezes, a pressão é tão forte que o jovem cristão, mesmo querendo agradar a Deus, não suporta e fraqueja nessa área. Há ainda a pressão da mídia, que é muito forte. Entretanto, devemos nos lembrar que Deus é fiel e não nos abandonará à nossa própria sorte. Ninguém é tentado acima das suas próprias forças. Toda tentação é acompanhada do escape de Deus. Neste caso, vale lembrar a palavra de I Coríntios 10.13.

Defender a virgindade até o casamento está cada vez mais anacrônico, não?A palavra-chave para o solteiro é abstinência sexual. E, para o casado, fidelidade. Isso não mudou.



Carlos Fernandes é Editor e Redator da revista Eclésia


Fonte: http://www.eclesia.com.br/revistadet1.asp?cod_artigos=150

segunda-feira, 23 de maio de 2011

sexta-feira, 13 de maio de 2011

terça-feira, 10 de maio de 2011